terça-feira, 5 de agosto de 2008

grande descoberta de hoje

Não consigo acordar cedo e viver ao mesmo tempo. O sacrilégio de abandonar o futon às seis da manhã é irreconciliável com qualquer tentativa de vida decente, não importa - ouviu bem? não importa - a hora em que eu vá dormir. Se durmo cedo, acordo sonolenta e assim permaneço o resto do dia (meu sono é uma bola de neve, quanto mais durmo, mais quero dormir). Se durmo tarde, acordo disposta mas depois de umas horas o tal do sono volta e dá na mesma. Já pensei que o que me esgotasse tanto fossem as ruas horrorosas, cheias de fumaça e carros e o - brrrrr - sol do meio-dia, que tenho de enfrentar voltando da escola e levando minha irmã até a dela. Não nego que isso ajuda também a destruir qualquer traço de bom humor que reste (e quando tenho mau humor, de dois, um: ficar sozinha com minha voz interior ou, adivinha?, dormir), mas a feiúra do ambiente não é o motivo principal do meu martírio. Começo a achar é que sou uma dorminhoca inconformada e uma fresca irreparável, mesmo, que só acorda bem no horário em que quer, pra fazer as coisas que quer. Nem me culpo tanto por isso, afinal você, pessoa de espírito agudo e mente vivaz, concordará comigo que um dos maiores estupros ao bem estar humano é fazer um pacato cidadão da civilização acordar às seis para desbravar as maravilhas da geometria analítica. I mean, nem o próprio Descartes se interessava por eixos a essa hora, fazendo essa cara de desprezo e continuando a comer sua Ommelete au Fromage matinal de colherinha. Deixe passar algumas horas e aí sim, minha bondade intelectual desperta do sono de beleza para aprender todas essas coisas fantásticas e superduper mas não, at six o'clock, coloque o James McAvoy na minha frente que eu digo hmmm. Só me interesso se for o James McAvoy onírico. Não, nem se for o James McAvoy Vitoriano, como em Becoming Jane. Roupa de segunda guerra também não, já disse, não teime comigo. O dos sonhos, só ele.

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