domingo, 8 de fevereiro de 2009

Diário de sonhos (2)

Sonhos agoniantes: Perder cabelo. Perder todos os dentes - esse é recorrente, começam a sair na minha mão ou vão ficando todos moles e de repente cai tudo na pia, às vezes com muito sangue, às vezes não. Quebrar ou entortar - ou quebrarem e entortarem - minha flauta. Recorrente também, e praticamente nenhum outro me dá tanto desespero quanto esse.

Sonho agoniante recente: noite passada sonhei pela primeira vez que estava morrendo. Estava deitada numa cama e já sabia, pensava "estou morrendo". Não acontecia muita coisa, eu só parava de respirar e a sensação era muito, muito estranha. Era como se respirar, assim como me mexer num lugar muito apertado, fosse algo que eu ainda pudesse fazer, algo que só não conseguia por causa de uma mera circunstância. Ah, e eu não perdia a consciência por nem um segundo. Weird, very weird.

Pesadelo de infância: era um sótão velho com móveis antigos cheios de arabescos cobertos por pó. Velhas máquinas de costura, velhas cômodas e penteadeiras, espelhos com molduras douradas e escuras, aranhas e suas teias. Em frente a umda das penteadeiras, essa com vários frascos antigos, um homem sentado. Terno preto, cabelo penteado pro lado. No meio da testa, um olho grande e redondo como de desenho animado, bem branquinho e com uma íris preta bem no meio. Ele cantava sobre o fato de ter três olhos. Era barítono, uma voz lírica bem empostada e com vibrato. Lembro até hoje a exata melodia, começava com uma sexta menor.

Na verdade (na verdade do sonho), o cenário todo era uma vinheta da Fundação Roberto Marinho (?), que estava com uma espécie campanha pra ajudar "deficientes físicos". Me atormentou por noites, esse pesadelo, quando eu tinha uns 6, 7 anos. Com 2 ou 3, aliás, eu tinha medo da mulata Globeleza - corria pra desligar a tevê assim que via as carnes purpurinadas sacudindo - e não gostava do jeito como aquele símbolo da Globo ficava parado por um tempão na tela, quando a programação se encerrava de madrugada . Me dava arrepios. I think I can see a pattern...

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