terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Diário de sonhos

Chegava atrasada a um concerto na Sala São Paulo. Logo no hall de entrada, uma espécie de segurança e recepcionista - gay, parecido com o Sandy Cohen do The O.C. - me perguntava com ar pomposo de mordomo o porquê do atraso, se eu não tinha ninguém pra me levar (e assim, chegar na hora certa). "Nunca me levam", eu respondia com um ar meio ácido e ele fazia cara de reprovação. Dizia que eu estava linda com aquela roupa, mas muito descorada. Ele sacava do bolso e me entregava uma como se diz?, cápsula?, de batom, fina e preta, com uma espécie de espelhinho na ponta. O espelhinho emitia uma certa luz, talvez para o caso de se precisar usar batom no escuro. Um lançamento novo, "a última novidade em cosméticos". Eu olhava no espelhinho luminoso e pasava o batom (vermelho escuro, meio amarronzado) pensando que era tão gentil, esse Sandy Cohen gay, e que as salas de concerto hoje em dia tinham muito mais luxo e mordomia do que "no meu tempo".

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